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Engraçado… desde sempre sonhei com esse momento. Brincava com minhas bonecas, colocava almofadas na barriga simulando a gravidez. Desejei muito e agora faltando dois dias para o parto, vejo que foi um momento mágico, intrigante, divino e totalmente diferente do que imaginei.

A maternidade traz uma conexão com Deus, com algo divino, seja sua crença qual for. É estranho e ao mesmo tempo um milagre inexplicável. Sentir uma pessoinha sendo criada na sua barriga, saber que sairá alguém de dentro de você, é assustador e ao mesmo tempo maravilhoso… Parece que não consigo realizar, mesmo após 39 semanas e 4 dias, muitos livros lidos e conversas com amigas, que uma nova vida fará parte da minha.

A primeira lição que aprendi e estou continuamente no processo de aceitação é que sua vida não te pertence mais e sim, pertence a esse novo serzinho. E não, isso não é ruim, apenas diferente. Entender que agora a agenda terá de ser um pouco mais flexível, principalmente quando você é uma pessoa que gosta de organização e planejamento como eu. Vou ser sincera e dizer logo, um pessoa metódica (sim, essa sou eu!)

Por que digo isso? Porque entre a expectativa e a realidade eu tive muitas surpresas na gravidez. Achei que seria uma mamãe fit. Sempre fiquei namorando as aulas dos programas de gestante das academias que frequentei. Achava e acho lindas as atividades e a disposição das gestantes! Pois bem, não aconteceu.

Não aconteceu porque os enjoos comuns até os primeiros três meses, perdurou até o fim, acrescentando uma pitada de azia, e dores que me deixam desconfortável e sem dormir agora no final. Por que isso aconteceu? Não sei. Talvez uma questão genética? Minha mãe, minha irmã, minhas tias e primas, todas passaram por isso também, cada uma com sua intensidade. Logo, não me alimentei como gostaria por dias e dias; na verdade, até entrar no sexto mês, fiquei praticamente na base de bolacha de água, picolé de limão e claro vitaminas prescritas pelo meu médico. Mas apesar de tantos enjoos, comecei a sentir fome e consegui comer melhor a partir do sexto mês.

Toda essa situação me fez desacelerar, e sim, muitas vezes me sentir culpada por não conseguir manter o cronograma, por simplesmente precisar passar dias inteiros deitada, pois só assim aliviava um pouco meu mal-estar. Até que num processo lento, eu comecei a entender que precisava respeitar meu corpo e meu bebê. Que tudo é passageiro e que cada coisa tem seu tempo. Viver a intensidade de cada dia, e um dia por vez foi doloroso e necessário. Aprendi que quando respeitava meu corpo sem esse sofrimento, parecia que Deus me compensava com dias melhores. Aprendi também a otimizar meu tempo e fazer tudo que precisava e conseguia nos meus “dias bons”.

Deixei de estar presente em momentos importantes, de finalizar alguns projetos e tive de recusar várias oportunidades de trabalho. A maior lição foi entender, principalmente, que não desisti dos meus projetos pessoais e profissionais, que eles apenas foram adiados momentaneamente, enquanto o projeto mais desejado da minha vida estava em andamento. Pacificar no meu coração essas tomadas de decisões foi um longo aprendizado que me fez crescer. Entender que nem tudo é prioridade – nem coisas para fazer e nem pessoas –  foi, particularmente, surpreendente e libertador; bem como aprender a dar valor aos pequenos e poucos momentos que tive com as pessoas queridas, foi especial.

Depois de tudo isso, me sinto pronta para te receber, filha! Vem me fazer entender e sentir as dificuldades e as delícias da maternidade.

Obrigada por já me transformar em uma pessoa melhor e ter me proporcionado a gravidez que eu precisava ter! Já tenho um amor por você que jamais imaginei sentir por alguém!

Se você estiver grávida ou pensando em engravidar, desejo que tenha uma gravidez leve e saudável! Seja feliz! Saúde para você e seu bebê!

Beijos,

Desirée Küsel.